quarta-feira, 6 de outubro de 2010
CRÉDITOS AO ÉRIC J. HUNZICKER
As postagens de datas importantes para Morretes são enviadas pelo Eric J. Hunzicker.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
DATAS IMPORTANTES PARA NOSSA MORRETES - OUTUBRO
OUTUBRO
31.10.1733 – Data histórica para nós filhos e amigos de Morretes. Neste dia, presentes o Juiz Ordinário José Morato, o Vereador mais velho, Manoel Moreira Barbosa, o segundo mais velho, Antonio José de Mendonça, o Procurador do Conselho, Miguel Alves e o Escrivão do Público e Tabelião, Antonio José Garcia, eleito pelos seus companheiros o Alcaide (o chefe), por se achar doente o Alcaide Estevão Ferreira e mais Gaspar Gonçalves de Moraes, Escrivão da Câmara, sendo bom lembrar que as autoridades citadas eram de Paranaguá. Após o término da medição, feita por Francisco de Araújo, o Tabelião Antonio José Garcia, após colher as devidas assinaturas no Auto de Medição, disse as seguintes palavras “posse, posse, posse Real, tomam posse os Oficiais da Câmara (de Paranaguá) por ordem de Sua Majestade, que Deus guarde, há quem se oponha, ou há quem tenha embargo a ela?” E dizendo isto, pegou um punhado de terra e o jogou para o ar. “Assim Nascia a Nossa Morretes”.
05.10.1873 – Nasce em Morretes, José Azevedo da Silveira Sobrinho. General do Exército Brasileiro e músico nas horas vagas (violinista).
30.10.1874 – Nasce em Morretes, Escolástica de Moraes, filha de Américo Gonçalves de Moraes. Escritora, casada com o poeta, escritor, pensador, Dario Velozzo.
3l.10.1890 – Nasce em Morretes, Palmira Bompeixe de Mello. Professora Primária lecionou em Morretes, Paranaguá, Antonina, Guarapuava e Curitiba. Bela poetisa, escreveu “Aleluia de Versos”.
03.10.1903 – A comissão em prol do Hino Morretense lança Edital abrindo concurso para escolha da música para os versos já então escritos por Silveira Netto.
19.10.1912 – É assinado pelo Prefeito Rômulo José Pereira, contrato com a Empresa Melhoramentos de Antonina, que irá fornecer energia elétrica para a nossa cidade.
21.10.1928 – Falece em Curitiba, o morretense Aureliano Azevedo da Silveira. Caricaturista, Desenhista era um especialista na arte da litografia e da xilografia.
03.10.1930 – Falece, o morretense Ignácio Gomes da Costa. Major do Exército Brasileiro.
09.10.1932 – Circula o número 1 do jornal “Eco Morretense”, tendo como diretor Arsênio Cordeiro Júnior e como redator secretário Ortegal Pinto do Nascimento.
11.10.1932 – Falece em Curitiba, o Poeta morretense Ricardo de Lemos, que pertenceu ao Centro de Letras do Paraná e a Academia Paranaense de Letras, ocupando a Cadeira de nº 36, da qual foi o Patrono.
17.10.1969 – É sancionada pelo Prefeito Municipal Alcídio Bortolin a Lei nº 551, que institui e aprova o Brasão de Armas e a Bandeira do Município. A concepção icnográfica é de autoria de uma Comissão Municipal constituída pelos Srs. Léo Villa Nova Hunzicker, Augusto Kubach e Ivo Scucato de Souza.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Datas importantes de Morretes - Setembro
22.09.1819 – Nasce em Morretes, Antonio Ricardo dos Santos, (Comendador Dodoca), Industrial, Comerciante e líder Político.
15.09.1850 – O Padre Agostinho Machado de Lima benzeu a nova Capela do Porto de Cima, com a invocação de Nossa Senhora da Guia e São Sebastião.
30.09.1857 – Nasce no Porto de Cima, Morretes, Ignácio Gomes da Costa. Major do Exército Brasileiro. Foi Comandante Geral da Polícia Militar.
22.09.1873 – É inaugurada a iluminação pública de Morretes.
17.09,1876 – Nasce em Treviso, Itália, Benjamim Zilli comerciante.
24.09.1899 – Nasce em Morretes, Sebastião Malucelli. Agricultor e Industrial. Grande líder político e social no município.
13.09.1907 – Nasce em Morretes, o comerciante Luiz Eulógio Zilli. Além da atividade no comércio foi exímio maestro e compositor. É de sua autoria a música do “Hino de Guaratuba”.
21.09.1909 – Falece em Morretes, o Poeta José Gonçalves de Moraes, que empresta seu nome a nossa Biblioteca Pública. Ocupou, como Patrono, a Cadeira nº 19, da Academia Paranaense de Letras.
11.09.1937 – Falece em Curitiba, o Historiador morretense, Francisco de Souza Dias Negrão, autor da “Genealogia Paranaense”. Membro da Academia Paranaense de Letras ocupou a Cadeira nº 10.
07.09.1938 – Circula em nossa cidade o número 1 do jornal “O Nhundiaquara”, órgão representativo dos alunos do Grupo Escolar “Miguel Schleder”.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
DATAS IMPORTANTES PARA NOSSA MORRETES (Éric Hunzicker)
AGOSTO
12.08.1840 – Nasce no Porto de Cima, Morretes, José Ribeiro de Macedo, o Comendador Macedo. Comerciante, Político Vereador e Presidente da Câmara do Porto de Cima (lembrar que Porto de Cima, hoje Distrito de Morretes já foi Município); Deputado e Vice-Presidente da Província.
28.08.1852 – Nasce no Porto de Cima, Morretes, Agostinho Ribeiro de Macedo, Industrial, Comerciante e Político.
13.08.1871 – Nasce em São João da Graciosa, Morretes, o Historiador Francisco de Souza Dias Negrão, autor da incomparável “Genealogia Paranaense”. Ocupou a Cadeira nº 10 da Academia Paranaense de Letras.
04.08.1879 - Nasce em Morretes, o Poeta José Gelbecke, autor do livro de Sonetos “Missas”. Ocupou como Fundador a Cadeira nº 19 da Academia Paranaense de Letras.
07.08.1916 – Em sua visita ao Paraná Alberto Santos Dumont é saudado na Rua 15 de Novembro em Curitiba por diversos desportistas e em agradecimento abraça o morretense João Vianna Seiler.
18.08.1932 – Falece em Curitiba, o Poeta morretense Adolpho Jansen Werneck de Capistrano, autor de “Dona Laura”. Ocupou como Fundador a Cadeira nº 29 da Academia Paranaense de Letras.
26.08.1947 – Falece, o morretense José Ribeiro de Macedo Júnior. Industrial e Exportador de erva mate. Como político exerceu o mandato de Deputado Estadual várias vezes.
domingo, 27 de junho de 2010
Professores do Grupo Escolar “Miguel Schleder”.
Esta foto dever ser da década de trinta ou do início da década de quarenta. Dona Maria Luiza aparece à frente e logo atrás dela a minha mãe, Dulce Serôa da Motta Cherobim. A parede da escola parece ser de madeira; deve ser o prédio que antecedeu o prédio que posteriormente passou a ser o do Colégio Rocha Pombo.
Quem se habilita identificar estes professores?
Morretes foi a sede da primeira colônia de italianos do Paraná, a Colônia Nova Itália, dividida em vários núcleos. A imigração ocorreu na década de oitenta do século XIX e as pessoas que hoje trazem sobrenomes italianos nos seus próprios nomes ou na família descendem daqueles imigrantes. A família Malucelli foi uma das maiores como podemos ver nesta foto de quase setenta anos.
Quantas destas pessoas serão reconhecidas?
OBS: Foto publicada com a autorização de Lorena Malucelli Pelanda.
sábado, 26 de junho de 2010
Morretense de coração...
O município de Morretes é um lugar que grande parte da história da minha família (Malucelli) fica...E é por isso que tenho muito carinho por esta cidade. Não nasci em Morretes, mas levo essa cidade no meu coração, já que meu avô Joanito e muitas outras pessoas importantes na minha vida são de lá. Também não é por acaso que escrevi um livro sobre os Malucelli e registrei toda a passagem deles nesta pequena e linda cidade do nosso litoral paranaense.
Nos meus próximos textos prometo registrar algumas histórias que estão no meu livro "Família Malucelli: uma história de imigração" que de alguma forma se relacionam com Morretes. Histórias engraçadas, surpreendentes e até tristes, porque não?Espero que vocês gostem...
Abraços,
Lorena
Nos meus próximos textos prometo registrar algumas histórias que estão no meu livro "Família Malucelli: uma história de imigração" que de alguma forma se relacionam com Morretes. Histórias engraçadas, surpreendentes e até tristes, porque não?Espero que vocês gostem...
Abraços,
Lorena
sábado, 24 de abril de 2010
Mergulho num passado mais recente de Luciana Witovisk
São tantas as lembranças, seria injusto dizer que é possível escrever uma vez neste blog e contar tudo...
Vamos por partes, meu nome é Luciana, sou filha da Vera, neta da Luci e do Elias, bisneta da Rosa e do Piero. A casa fica na esquina da Conselheiro Sinimbú, tinha o armazém, até vó Luci quebrar a perna (1987), depois virou a Locadora de vídeos do Jorge.
Os morretenses (ou morreteanos) provavelmente não lembram de mim, não da Luciana, mas muitos devem lembrar da neta do Elias. Uma menina “reforçada” que ia para o sítio tirar leite de vaca, vestida como o avô, de bota e chapéu em uma Caloi Ceci preta. Eu era a sombra do “seu” Elias nos finais de semana, feriados e férias escolares.
Nasci em Curitiba, estudei em Curitiba, mas felicidade mesmo era abrir a porta da casa da Conselheiro Sinimbú, sentir o cheiro da posta ou do pato que cozinhava na panela de ferro e correr pelo corredor escuro, fazendo um barulhão nas tabuas do assoalho e abraçar a vó pela cintura, sentir o cheirinho bom que só a vó Luci tinha.
Passei a ficar sem meus pais em Morretes, durante as férias, quando tinha nove anos. Desde então, estudava muito pra não pegar recuperação e não perder um só dia em Curitiba. Chegava ao cúmulo de não esperar que meus pais me levassem de carro para Morretes, pedia para ir de ônibus, só pra não perder tempo e o vô estava sempre lá me esperando.
Não tinha felicidade maior que calçar minhas botas e ir para Barreiros ajudar o vô, eu sempre achei que quem cuidava dele era eu e não o contrário... com nove anos, aprendi a cuidar das vacas, a tirar leite... quando matavam porcos no sítio, eu já estava lá para colher o sangue pro chouriço, ajudar a pelar o coitado e “ver como eles eram por dentro”, era a minha festa, bem longe dos muros do Colégio de freiras... aquele do Cajuru, onde a Tia Luisa (Scucato) já tinha estudado, a filha dela Sueli também, que assim como eu, tinha sido alfabetizada pela mesma e eterna irmã Yolanda...
Meus sonhos nunca foram banais, sempre quis correr-mundo, estudar e ser famosa... não famosa de BBB, como as meninas sonham hoje. Eu sempre quis ser famosa por alguma descoberta, por alguma nova teoria que mudasse a maneira como vemos o mundo, ou por algum livro que eu viesse a escrever. Mas nesses sonhos sempre estavam meus avós e Morretes, eu sonhava em fazer tudo isso e voltar sempre pra casa e pro sítio, onde eu fantasiava que nada mudaria nunca, como se Morretes não acompanhasse o tempo... é isso!
Pra mim, Morretes sempre foi um lugar fora do tempo e do espaço, por isso a cidade sempre estaria protegida (eu lembro que morria de medo da palavra PROGRESSO, era meu desespero... porque na minha cabeça, onde esse PROGRESSO chegava tudo ficava cinza e morto).
Nas minhas fantasias o tempo não importava, sempre existiriam as conversas animadas na calçada com a Dona Nezinha (filha da Dona Izolina), vó Luci sempre estaria na janela conversando com todos que iam ao Banestado. O Renato Bittencourt sempre venderia doces, o Lulu Gnatta sempre pararia o jipe willis verde na beira da calçada e entraria com a Jandira fazendo festa pelo corredor... A Dona Maria Petersen sempre traria o licor de pêssego e de figo que eu adorava, o vô sempre contaria o que se comentava na barbearia do Dival e que o Foed da loja de tecidos tinha mandado abraço pra todos...
Quis a vida que os meus delírios não durassem muito... Quando fiz quinze anos, vó Luci cochilou em frente a tv, naquela lombeira da tarde, e não acordou mais. Parte da magia tinha acabado, mas o pior ainda estava por vir. O vô ficou tão triste e perdido que não tinha mais gosto em continuar por aqui... assim, onze meses depois, um infarto fulminante derrubou o polaco e, infelizmente, fui eu quem o resgatou do chão já morto.
Quando você perde o amor da sua vida e a sua referência da mais pura felicidade, você precisa escolher entre: a apatia ou correr atrás dos sonhos que restaram, porque um sonho sempre puxa outro... e é exatamente o que faço: corro atrás de sonhos.
Vou muito pouco a Morretes, a sensação é estranha, uma alegria imensa ao sentir “o cheiro de Morretes” misturado à tristeza doída e a lembrança dos dias mais felizes da minha vida. Sempre que volto é um resgate, resgate de todas as memórias dos sentidos, dos cheiros, dos sabores, das texturas, das paisagens....
Hoje vivo no Rio de Janeiro, buscando resquícios de um mundo perdido há 100 milhões de anos, estudo fósseis de árvores que foram incendiadas pelos vulcões que existiram na Terra na época de quebra do Gondwana... Na época em que a Antartica era coberta por uma floresta luxuriante e os dinossauros andavam por aí. Meu trabalho nada mais é que a busca de uma realidade extinta. E por onde passo, a despeito da carteira de identidade, todos sabem que Luciana Witovisk é do Paraná, de Morretes!
Abraços a todos e agora com a devida apresentação, passarei a escrever os “causos” que os morreteanos tanto gostam.... aguardem! :D (Luciana Witovisk)
domingo, 11 de abril de 2010
UM MERGULHO NO PASSADO de Adaulino Rocio de Castro Pinto
Quis o destino que aproximadamente há 48 anos atrás, exatamente no dia 29 de setembro de 1961, após enfrentar durante um dia inteiro, uma difícil jornada de serra abaixo em busca de uma vítima de acidente aviatório na serra do Marumbí, no Paraná, lá pela meia noite aportamos
Batemos à porta da casa de minha tia Lólinha que residia na antiga rua do Carvão, ao lado da tradicional Igreja Batista. Minha tia pelo vão da porta semi-aberta, estranhou a presença de três vultos armados solicitando ajuda num horário impróprio.
Meu amigo Travassos meio inconformado disse:
-Vamos dormir num banco daquela praça que acabamos de passar.
Era a Praça da Estação, a Rocha Pombo, que quando passamos, ele achou que era um ótimo lugar para pernoite.
Não resisti e gritei:
-Lólinha aqui é o Nino de São Paulo!
Foi como uma palavra mágica, no silencio do interior da casa, ouvi uma gritaria de meus primos que minutos antes estavam assustados:
- Mamãe, mamãe, é o Nino mesmo, mande entrar.
Após um banho e uma saborosa sopa quente, o Travassos e o Cortês foram dormir, enquanto tive que satisfazer as perguntas de meus primos, a tia Lólinha e seu marido Alfredo.
Ao amanhecer deixei meus companheiros dormindo e fui ao posto de Telefone, na praça Silveira Netto, liguei para a Base Aérea do Bacacheri onde estava sediado nosso helicóptero H-l9 de Busca e Salvamento, e solicitei nosso resgate. Horas mais tarde, precisamente no dia 30 de setembro de 1961, pousava o maior helicóptero do Brasil no campo do Cruzeiro F.C. meu time de coração.
No intervalo que antecedeu a chegada do H-19, subi as escadarias da Igreja de N. Sra do Porto e lá no alto ao lado da Cruz erguida em frente a matriz, vislumbrando a cidade em todos seus pontos, comecei a resgatar as lembranças de meu passado:
A morte de minha jovem mãe, quando eu tinha quatro anos e nem sabia o significado da palavra “morte”.
Meu pai Adauto, minha falecida mãe Adalvina (Nizinha), a avó que me criou, Castorina e meu irmão Adaltino (Nizinho).
O bairro Barro Branco onde morei, e onde pelas mãos da professora Aline Moraes, aprendi as primeiras letras do alfabeto na escolinha de madeira da dona Tereza Pradella.
As pescarias ao lado de meu pai, no rio Nhundiaquara nas proximidades do morro do Berga.
O tempo que tinha que trabalhar para meu padrinho Dórico, ainda com tenra idade, vendendo pães em sítios distantes.
A casa de minha avó Castorina, que me criou após os nove anos de idade, bem em frente à Igreja onde me encontro.
A morte de meu único irmão, Nizinho com nove anos de idade, que após cinco dias de sofrimento, vítima de tifo, descansou.
Daqui do alto da igreja onde observava os aviões que passavam sobre o Marumbí rumo norte, que meu pai dizia que eles iam em direção à São Paulo.
As viagens a pé pela madrugada em companhia de meu pai até a cidade de Antonina e o regresso de trem, portando mercadorias para vendermos no mercado de Morretes.
Os sonhos de um dia conhecer Curitiba, andar de bonde, conhecer o Passeio Público, e talvez ir até São Paulo ou Rio de Janeiro, neste momento lembrei a frase poética de Luiz Vieira: “sou menino passarinho com vontade de voar”.
O Grupo Escolar “Miguel Schleder” na rua de Baixo (Cel Modesto), onde fiz até o quinto ano primário, e cuja Diretora era a Sra Iracema Bittencourt.
As minhas mestras e mestres, Inês Cento Fante, Nely Tavares Leal que me ensinou o alfabeto gótico ainda no primário, Rute Vergés, Albino, Robert, Desauda, Dr. Mello e muitos outros que me vem a imagem e não os nomes.
A minha patota da rua de Baixo, cujos nomes ou apelidos lembro de alguns como:
Marcos e seu irmão Leví “Picega”, João “Chimango”, Parú, Tonico “Porquinho”, Nemézio “Boi”, Pedro “Boi”, Pilho “Bolacha”, Nenê “Sapo”, René “Cobrinha” , Dito Pé de Peixe e muitos outros.
As eleições onde se podia comer a vontade sem pagar, pois o PTB oferecia churrasco, e a UDN e PSD barreado, prato típico da cidade.
O carisma do Padre Saviniano e o tempo que fui seu sacristão e sineiro.
A firma B. Antunes de Oliveira (Nhô Zinho), onde com 12 anos trabalhei no setor de engarrafamento de bebidas e torrefação de café (Ladi), sob chefia do Orlete, um dos filhos de Nhô Zinho.
O depósito de bananas do Chaim Maia, onde ajudava a carregar os vagões de trem e em troca recebia cachos de banana madura.
A pesca para fisgar acará no prato, às margens do Nhundiaquara, quando estavam chocando seus ovos.
O “seu” Benjamim “Caninana”, comerciante próximo à Igreja Matriz, que todos os anos no dia de finados, me fornecia velas e fósforos para vender na entrada do Cemitério Municipal.
A coleção de balas Zequinha e Chico Fumaça, cujas figurinhas eram disputadas em jogos de “raspe” ou “bafo”, na casa do Pilho “Bolacha”.
A minha alegria ao passar no exame de admissão na primeira turma do recém inaugurado Ginásio “Rocha Pombo”.
A minha mudança para Curitiba e compor a primeira turma ginasial do Colégio Estadual do Paraná, cuja inauguração foi pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra.
A tristeza de minha reprovação na primeira série ginasial.
A minha volta a Morretes após três anos em Curitiba.
Minha tentativa de desistir de estudar, pois precisava trabalhar para minha subsistência, mas a Diretora Iracema Bittencourt assumiu meu problema e conseguiu junto ao Sr. Arlindo de Castro, gerente da Fábrica de Papel, para que eu trabalhasse à tarde e parte da noite, de modo que pela manhã freqüentasse o único período existente no ginásio.
Minha participação em duas patotas diferenciadas, uma do ginásio composta por filhos de comerciantes, professores e fazendeiros, e a outra da Fábrica de Papel composto de peões humildes e mal remunerados, e em ambas consegui me entrosar.
O sr. Arlindo de Castro que aos domingos nos emprestava o caminhão para transporte do time de futebol da Fábrica para bairros de Morretes, como Anhaia, Pedra Preta, Fortaleza, América de Cima, Passa Sete e outros.
A minha formatura de ginásio e de meus colegas, Miguel Salomão (Azeitona), companheiro nos trabalhos de desenho e inglês, Mussi Daher, meu levantador no time de voleibol, Mauro Cherobim, João José, Alfredo Gnatta, Osvaldo Colodel, Luis Bortolo Zilli, Guilherme Luk, Lys Eglê, Elio Martinelli, Maria Joana e Roseliz.
Meu ingresso na Força Aérea Brasileira como soldado em 01 de março de 1954, onde iniciei minha carreira militar.
As lembranças do passado quase me fizeram esquecer o presente, o H-19 com seu potente ronco estava se aproximando de Morretes, e imediatamente me dirijo ao campo do Cruzeiro, escoltado por um grupo de pessoas composto por adultos e crianças do Colégio Rocha Pombo, todos me fazendo mil perguntas que a medida do possível vou respondendo.
Lá encontro, Travassos, Cortez, meus primos, tia Lólinha e o Alfredo. O H-19 está iniciando o pouso e a população da cidade parecia que estava toda ali, de vez em quando escutava uma voz saindo da multidão: aquele ali é o Nino.
Nosso gigante sob os olhares incrédulos daquela multidão enfim pousa suavemente, me despedi dos parentes e conhecidos ali presentes e embarcamos, sentindo deixar um passado no qual momentos antes eu tinha mergulhado, e lá de cima via minha Morretes ficar pequenininha até desaparecer ao transpormos as muralhas do eterno Marumbí.
F I M
sábado, 20 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
As portas foram abertas
Criei este blog para ser escrito por três pessoas: eu, Eric e Miguel Salomão. Cada um tem um olhar, um definição, uma forma de descrever a nossa cidade. São diferenças com um forte toque de experiências pessoais. Eu e Miguel saímos de Morretes em 1954. “Desaparecemos”! Mais eu do que Miguel. Eric sempre esteve mais próximo. Eu tenho uma formação profissional paulista onde vivi toda a minha vida, ou quase quatro quintos dela. Miguel e Eric tiveram uma vida “mais paranaense”. Seu eu não estiver errado, tenho uma escrita etnográfica, Miguel escreve sobre Morretes com emoção e Eric confunde a sua emoção com uma espécie de “arquivista” da história Morretense. Da história dos primeiros morretenses à história atual.
Mas não seremos somente nós três escreveremos no blog. Todos os que tiverem algo a contar sobre Morretes, envie-nos o texto para que ele seja publicado com os devidos créditos.
O blog não é meu, do Miguel ou do Eric, mas de Morretes e dos morretenses. E falará dos morretenses. Não falaremos somente de morretenses ilustres que Eric conhece muito bem, mas falaremos de gente sujeitas a desaparecerem da nossa lembrança como o Bugre, o Alulélio (alguém se lembra dele?), do Constante e do Clementão. Do seu Piero, Leopoldo Vizini, seu Nestor, Valdico. Falaremos do Garrafão. Falaremos de muita gente.
O blog está aberto...
quinta-feira, 18 de março de 2010
Os morretenses
Morretenses não somente os natos; também o são aqueles que nasceram em outras plagas e aceitaram Morretes como a sua terra. São morretenses aquelas pessoas que viveram parte da sua vida em Morretes e a cidade se tornou parte da sua história.
Peço a todos os que conhecerem morretenses de fora de Morretes, e mesmo que vivam em Morretes, que contem a sua história. Mesmo e principalmente aqueles invisíveis para a história para que tenham aqui a sua visibilidade. A história será publicada com os devidos créditos. Enviem esta história para cherobim.mauro@gmail.com.
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