sábado, 2 de abril de 2011

O planejamento a partir de um acidente ambiental

As letras nos fazem retornar ao pretérito e dar movimento àqueles que não estão mais. O pretérito, as pessoas que lá ficaram e as que permaneceram  e que nos acompanham até hoje são a matéria prima da imagem que se constrói na nossa memória.

Morretes de ontem diferia da de hoje em muitos aspectos. Melhor, pior, não interessa. São valores. Era diferente. Era uma Morretes “mais cabocla”, mais isolada voltada mais a si, não por algum “austismo” social, mas em razão das limitações dos meios de comunicações. A estação ferroviária, o ponto de ônibus, os jornais, o rádio com as suas “ondas tropicais” eram os meios através dos quais se sabia o que acontecia além dos limites da cidade.

Havia um fervilhar por baixo desta comunidade aparentemente pacata. Era um fervilhar intelectual, no qual os professores (do curso primário) lideravam, e um fervilhar de vida própria. O apito da fábrica de papel marcava o início da vida diária. As carroças com duas parelhas, uma de cavalos à frente seguida por uma parelha de burros, carregadas de cana em direção do engenho do Central e depois em direção da usina de açúcar, com os carroceiros estalando os seus chicotes sobre os animais, sem tocar neles. Este fervilhar se repetia da dezena de engenhos de cachaça no município e também com as carroças e caminhões que desciam das estradas estreitas e sinuosas dos morros e das serras carregados de banana.

Quem fosse às proximidades da Estação Ferroviária veria caminhões e carroças ao lado de vagões carregando-os de banana recém-chegadas dos bananais.

A fábrica de papel e a usina de açúcar fecharam as portas. Os empregos desapareceram, uma parte representativa do município se transformou em área de proteção ambiental, as pessoas começaram a emigrar e os que ficaram queixavam-se que a cidade se tornaria uma cidade aposentados e tenderia a desaparecer. A minguar.

Até que um prefeito resolveu a investir na cidade e alguns restaurantes fizeram a sua parte divulgando uma comida tida como tradicional da cidade, o barreado. A cidade ressurgiu, criaram-se cooperativas de artesões, de produtores agrícolas, proporcionou empregos. A cidade começou a viver do turismo.

Morretes fica entre a serra e o mar.  Mesmo o mar ficando fora dos seus limites,  maré interfere na vazante dos seus rios. Tudo complica quando chove nas serras, os rios enchem e a maré sobe. As águas dos rios são represadas.

Este ano choveu em dois dias o que se esperava chover em um mês. E pegou duas marés altas. A cidade alagou com as águas represadas. Houve deslizamento num bairro rural com perdas humanas. A estrada que liga o planalto ao porto foi  interditada por deslizamento e que de pontes.

As águas baixaram e a cidade começou a retornar à normalidade.

Mas... Outro dia recebi um e-mail que em certa altura comentava que:

O TURISTA sumiu. Os restaurantes e pousadas estão vazios, as lojas não vendem nada, o comércio está praticamente parado, restaurante que atendia com 30 funcionários esta trabalhando com 5, local que precisava reservar mesa, atendeu dia 27 domingo o meu grupo pela primeira vez após o incidente das chuvas, com uma cozinheira e uma atendente.

Ah, o problema de cidades turísticas, balneárias, que vivem de fluxos externos. Uma estrada interrompida, um abalo econômico ou qualquer outro fator que prejudiquem o trânsito ou a capacidade financeira das pessoas são suficientes para abalar social e econômica de quem vive do fluxo turístico.

Parece-me que chegou o momento de se sentar em volta de uma mesa e repensar o futuro a partir de uma indagação: o que existe por trás desta vitrine turística? Como se poderá viver se houver uma crise que afete o fluxo turístico?

E a política ambiental? Morretes se aproxima do neomito do “paraíso perdido” almejado pelos ambientalistas fundamentalistas. O afastamento das pessoas do bioma, os seus “destruidores”, na tentativa de se reconstruir o meio intacto, como deixara o primeiro casal após a sua expulsão do Éden, como nos conta o mito de gênesis.

Chegou o momento de se deixar de lado a utopia religiosa e pensar na sobrevivência da população que sofreu o impacto de um acidente ambiental. A sobrevivência e a preservação ambiental.

Os problemas do passado são a matéria prima para o planejamento futuro.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CRÉDITOS AO ÉRIC J. HUNZICKER





As postagens de datas importantes para Morretes são enviadas pelo Eric J. Hunzicker.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

DATAS IMPORTANTES PARA NOSSA MORRETES - OUTUBRO

OUTUBRO

31.10.1733 – Data histórica para nós filhos e amigos de Morretes. Neste dia, presentes o Juiz Ordinário José Morato, o Vereador mais velho, Manoel Moreira Barbosa, o segundo mais velho, Antonio José de Mendonça, o Procurador do Conselho, Miguel Alves e o Escrivão do Público e Tabelião, Antonio José Garcia, eleito pelos seus companheiros o Alcaide (o chefe), por se achar doente o Alcaide Estevão Ferreira e mais Gaspar Gonçalves de Moraes, Escrivão da Câmara, sendo bom lembrar que as autoridades citadas eram de Paranaguá. Após o término da medição, feita por Francisco de Araújo, o Tabelião Antonio José Garcia, após colher as devidas assinaturas no Auto de Medição, disse as seguintes palavras “posse, posse, posse Real, tomam posse os Oficiais da Câmara (de Paranaguá) por ordem de Sua Majestade, que Deus guarde, há quem se oponha, ou há quem tenha embargo a ela?” E dizendo isto, pegou um punhado de terra e o jogou para o ar. “Assim Nascia a Nossa Morretes”.
05.10.1873 – Nasce em Morretes, José Azevedo da Silveira Sobrinho. General do Exército Brasileiro e músico nas horas vagas (violinista).
30.10.1874 – Nasce em Morretes, Escolástica de Moraes, filha de Américo Gonçalves de Moraes. Escritora, casada com o poeta, escritor, pensador, Dario Velozzo.
3l.10.1890 – Nasce em Morretes, Palmira Bompeixe de Mello. Professora Primária lecionou em Morretes, Paranaguá, Antonina, Guarapuava e Curitiba. Bela poetisa, escreveu “Aleluia de Versos”.
03.10.1903 – A comissão em prol do Hino Morretense lança Edital abrindo concurso para escolha da música para os versos já então escritos por Silveira Netto.
19.10.1912 – É assinado pelo Prefeito Rômulo José Pereira, contrato com a Empresa Melhoramentos de Antonina, que irá fornecer energia elétrica para a nossa cidade.
21.10.1928 – Falece em Curitiba, o morretense Aureliano Azevedo da Silveira. Caricaturista, Desenhista era um especialista na arte da litografia e da xilografia.
03.10.1930 – Falece, o morretense Ignácio Gomes da Costa. Major do Exército Brasileiro.
09.10.1932 – Circula o número 1 do jornal “Eco Morretense”, tendo como diretor Arsênio Cordeiro Júnior e como redator secretário Ortegal Pinto do Nascimento.
11.10.1932 – Falece em Curitiba, o Poeta morretense Ricardo de Lemos, que pertenceu ao Centro de Letras do Paraná e a Academia Paranaense de Letras, ocupando a Cadeira de nº 36, da qual foi o Patrono.
17.10.1969 – É sancionada pelo Prefeito Municipal Alcídio Bortolin a Lei nº 551, que institui e aprova o Brasão de Armas e a Bandeira do Município. A concepção icnográfica é de autoria de uma Comissão Municipal constituída pelos Srs. Léo Villa Nova Hunzicker, Augusto Kubach e Ivo Scucato de Souza. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Datas importantes de Morretes - Setembro


22.09.1819 – Nasce em Morretes, Antonio Ricardo dos Santos, (Comendador Dodoca), Industrial, Comerciante e líder Político.


15.09.1850 – O Padre Agostinho Machado de Lima benzeu a nova Capela do Porto de Cima, com a invocação de Nossa Senhora da Guia e São Sebastião.


30.09.1857 – Nasce no Porto de Cima, Morretes, Ignácio Gomes da Costa. Major do Exército Brasileiro. Foi Comandante Geral da Polícia Militar.


22.09.1873 – É inaugurada a iluminação pública de Morretes.


17.09,1876 – Nasce em Treviso, Itália, Benjamim Zilli comerciante.


24.09.1899 – Nasce em Morretes, Sebastião Malucelli. Agricultor e Industrial. Grande líder político e social no município.


13.09.1907 – Nasce em Morretes, o comerciante Luiz Eulógio Zilli. Além da atividade no comércio foi exímio maestro e compositor. É de sua autoria a música do “Hino de Guaratuba”.


21.09.1909 – Falece em Morretes, o Poeta José Gonçalves de Moraes, que empresta seu nome a nossa Biblioteca Pública. Ocupou, como Patrono, a Cadeira nº 19, da Academia Paranaense de Letras.


11.09.1937 – Falece em Curitiba, o Historiador morretense, Francisco de Souza Dias Negrão, autor da “Genealogia Paranaense”. Membro da Academia Paranaense de Letras ocupou a Cadeira nº 10.


07.09.1938 – Circula em nossa cidade o número 1 do jornal “O Nhundiaquara”, órgão representativo dos alunos do Grupo Escolar “Miguel Schleder”.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

DATAS IMPORTANTES PARA NOSSA MORRETES (Éric Hunzicker)




AGOSTO

12.08.1840 – Nasce no Porto de Cima, Morretes, José Ribeiro de Macedo, o Comendador Macedo. Comerciante, Político Vereador e Presidente da Câmara do Porto de Cima (lembrar que Porto de Cima, hoje Distrito de Morretes já foi Município); Deputado e Vice-Presidente da Província.
28.08.1852 – Nasce no Porto de Cima, Morretes, Agostinho Ribeiro de Macedo, Industrial, Comerciante e Político.
13.08.1871 – Nasce em São João da Graciosa, Morretes, o Historiador Francisco de Souza Dias Negrão, autor da incomparável “Genealogia Paranaense”. Ocupou a Cadeira nº 10 da Academia Paranaense de Letras.
04.08.1879 - Nasce em Morretes, o Poeta José Gelbecke, autor do livro de Sonetos “Missas”. Ocupou como Fundador a Cadeira nº 19 da Academia Paranaense de Letras.
07.08.1916 – Em sua visita ao Paraná Alberto Santos Dumont é saudado na Rua 15 de Novembro em Curitiba por diversos desportistas e em agradecimento abraça o morretense João Vianna Seiler.
18.08.1932 – Falece em Curitiba, o Poeta morretense Adolpho Jansen Werneck de Capistrano, autor de “Dona Laura”. Ocupou como Fundador a Cadeira nº 29 da Academia Paranaense de Letras.
26.08.1947 – Falece, o morretense José Ribeiro de Macedo Júnior. Industrial e Exportador de erva mate. Como político exerceu o mandato de Deputado Estadual várias vezes.

domingo, 27 de junho de 2010



Professores do Grupo Escolar “Miguel Schleder”.

Esta foto dever ser da década de trinta ou do início da década de quarenta. Dona Maria Luiza aparece à frente e logo atrás dela a minha mãe,  Dulce Serôa da Motta Cherobim. A parede da escola parece ser de madeira; deve ser o prédio que antecedeu o prédio que posteriormente passou a ser o do Colégio Rocha Pombo.

Quem se habilita identificar estes professores?



Lorena Malucelli Pelanda escreveu uma biografia da Família Malucelli (ver postagem abaixo) e ilustrou a capa do seu livro com esta foto. A foto é de 1942 e a  família posou para ela nas escadarias da Igreja Nossa Senhora do Porto.

Morretes foi a sede da primeira colônia de italianos do Paraná, a Colônia Nova Itália, dividida em vários núcleos. A imigração ocorreu na década de oitenta do século XIX e as pessoas que hoje trazem sobrenomes italianos nos seus próprios nomes ou na família descendem daqueles imigrantes. A família Malucelli foi uma das maiores como podemos ver nesta foto de quase setenta anos.

Quantas destas pessoas serão reconhecidas?

Se alguém tiver velhas fotos de família digitalize-as e envie para cherobim@gmail.com para que sejam publicadas neste blog.


OBS: Foto publicada com a autorização de Lorena Malucelli Pelanda.